quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
[TokyoShow] A BUSCA DO AMOR
Film Still, cena de Barbra Scott (Alessandra Negrini) momentos depois do sumiço de Jude Ferguson (Nilton Bicudo).
TokyoShow (cc) creative commons
sinopse
A BUSCA DO AMOR
TokyoShow é uma trama de humor negro na busca para o amor; a história de sete estrangeiros que vivem no Japão e que são ligados de alguma forma. Fiel ao romance clássico A caça do Samurai, de Stuart Dogson Foster sobre a qual se baseia, o filme segue Barbra Scott (Alessandra Negrini) através de uma série de eventos de mudança de vida em uma sucessão de locais em Tóquio. Barbra é uma apresentadora de TV, ela apresenta o programa TokyoShow , uma espécie de reality show . Ela pode ter qualquer coisa desejada por seu coração, mesmo assim, sua vida encantada parece incompleta.
Seu melhor amigo, o produtor magnata Jude Ferguson (Nilton Bicudo) tenta dar sentido a sua vida depois de ter deixado Nova Iorque para viver em Tóquio, onde ele se tornou uma celebridade instantânea por causa de sua peruca azul. No quarto de Jude, em um hotel high-end , onde mora, ele fica silenciosamente na janela para fumar um cigarro e pensar sobre sua vida antes de se dirigir a um fatídico encontro. No quarto ao lado, o shushi man britânico David Taylor (Ivan Arcuschin) está acordado. Ele não consegue dormir e decide sair para um drink no bar do hotel.
No dia seguinte, TokyoShow está prestes a começar uma seleção para um episódio novo do programa; eles procuram pelo produtor Jude Ferguson, mas não conseguem encontrá-lo. A polícia acha que David tem algo a ver com o estranho episódio, enquanto Barbra luta desesperadamente para ajustar a sua nova identidade e enfrentar o mundo como uma mulher sem passado, devido ao misterioso desaparecimento de Jude e seus próprios problemas.
Barbra, Jude, David, Jennifer, Kate, Linda e Meredith têm apenas um objetivo: recuperar a propósito em suas vidas, assim como todas as sete personagens enfrentam uma pergunta inevitável que irá alterar o curso de suas vidas para sempre.
Juntas, essas vinhetas formam uma narrativa, por vezes forte, turbulenta que deixa o espectador entretido, exausto e surpreendentemente reflexivo. Neste suspense psicológico, a linha entre realidade e fantasia é irremediavelmente embaçada.
More than 56.000 people saw the Film already!
In just 20 days, More than 56.000 people saw TokyoShow online. Today the film is in the NME magazine Home among the most viewed movies this week!
take a look: NME Magazine
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
TokyoShow Postcard
TokyoShow is a darkly humorous search for love; the story of seven foreigners living in Japan and linked in some way. Faithful to the classic novel The Hunting of the Samurai by Stuart Dogson Foster upon which it is based, the film follows Barbra Scott (Alessandra Negrini) through a series of life-changing events in a succession of locations in Tokyo. Barbra is a TV presenter; she hosts the TokyoShow program, a kind of reality show. She can have anything her heart desires, even so, her charmed life seems incomplete.
Her best friend, producer tycoon Jude Ferguson (Nilton Bicudo) tries to make sense of his life after having left New York to live in Tokyo where he became an instant celebrity because of his blue wig. In Jude’s room at a high-end hotel, where he lives, he stands quietly at the window to smoke a cigarette and think about his life before heading off to a fateful meeting. In the next room, British sushi chef David Taylor (Ivan Arcuschin) is awake. He can’t sleep and decides to go out for a drink in the hotel bar.
The following day, TokyoShow is about to start a selection for a new program episode; they look for the producer Jude Ferguson but can’t find him. The police think David has something to do with the weird episode while Barbra desperately struggles to adjust to her new identity and to address the world as a woman with no past, due to Jude’s mysterious disappearance and her own issues.
Barbra, Jude, David, Jennifer, Kate, Linda and Meredith have only one goal: to regain purpose in their lives, even as all seven characters face an inevitable question that will alter their life’s course, forever.
Together these vignettes form a forceful, sometimes turbulent narrative that leaves the viewer entertained, exhausted and surprisingly reflective. In this psychological thriller the line between reality and fantasy is hopelessly blurred.
Clichês do Cinema
Artes visuais
Gustavo von Ha se apropria de clichês do cinema em novo trabalho. Em 'TokyoShow', filme-trailer estrelado por Alessandra Negrini, o artista paulistano borra a fronteira entre realidade e ficção.
Revista Veja / Rodrigo Levino
TokyoShow, de Gustavo von Ha: Alessandra Negrini e Nilton Bicudo estrelam filme que brinca com clichês do cinema .
Artista brasileiro dos mais inventivos, o paulista Gustavo von Ha, de 34 anos, nunca se esquivou de apropriações e releituras de obras alheias para dar vida à sua veia autoral. Entre seus trabalhos mais elogiados está, por exemplo, a impressão distorcida de telas de Tarsila do Amaral e Leonilson, que podiam ser apreciadas em sua forma original apenas quando vistas através de esferas coladas às imagens. Intitulada Double Crossing, a mostra foi levada a Tóquio este ano, onde angariou elogios.
Depois de oferecer ao público uma nova forma de ver obras anteriormente consagradas, von Ha decidiu dar um passo adiante. Sua nova obra, TokyoShow, que acaba de ser lançada na internet, une cinema, teatro e artes plásticas, além de um humor para lá de provocativo, em um combo que desafia a compreensão do espectador, borrando a fronteira entre ficção e realidade.
"Em praticamente todas as sinopses de filmes americanos, há o uso de expressões como 'em busca do amor', 'contagiante', 'emocionante' ou ainda 'surpreendente'. Foi de olho nesse acúmulo de expressões batidas que eu decidi criar um filme", diz von Ha sobre o trabalho estrelado por Alessandra Negrini, escrito, produzido e dirigido por ele. "O nome do filme em português é A Busca do Amor porque é o que se vê em produções americanas. É totalmente diferente de TokyoShow que faz uma alusão à talk-show."
TokyoShow, a estreia do artista como diretor de filmes - ou de trailers de filmes, o mistério faz parte do projeto -, conta a história de sete estrangeiros que vivem no Japão, entre eles Barbra Scott (Alessandra Negrini), uma apresentadora de reality show, e Jude Ferguson (Nilton Bicudo), um magnata e produtor de TV. Desiludidos, insones e angustiados, em uma cidade hostil, os personagens têm suas vidas cruzadas por um -- suspeita-se -- evento trágico que mudará a trajetória de todos para sempre.
Em suma, um amontoado de temas românticos, de suspense, exaustivamente explorados pelo cinema, e que nas mãos de von Ha se tornam propositalmente um pastiche. Com música original de Bel Mota, TokyoShow se presta a zombar de frases e roteiros previsíveis, sem deixar de incutir no espectador a dúvida: o filme existe mesmo? Ou a plateia foi apenas ludibriada por uma série de clichês que de tão presentes em suas vidas se tornaram uma isca para uma obra questionadora?
Gustavo von Ha se apropria de clichês do cinema em novo trabalho. Em 'TokyoShow', filme-trailer estrelado por Alessandra Negrini, o artista paulistano borra a fronteira entre realidade e ficção.
Revista Veja / Rodrigo Levino
TokyoShow, de Gustavo von Ha: Alessandra Negrini e Nilton Bicudo estrelam filme que brinca com clichês do cinema .
Artista brasileiro dos mais inventivos, o paulista Gustavo von Ha, de 34 anos, nunca se esquivou de apropriações e releituras de obras alheias para dar vida à sua veia autoral. Entre seus trabalhos mais elogiados está, por exemplo, a impressão distorcida de telas de Tarsila do Amaral e Leonilson, que podiam ser apreciadas em sua forma original apenas quando vistas através de esferas coladas às imagens. Intitulada Double Crossing, a mostra foi levada a Tóquio este ano, onde angariou elogios.
Depois de oferecer ao público uma nova forma de ver obras anteriormente consagradas, von Ha decidiu dar um passo adiante. Sua nova obra, TokyoShow, que acaba de ser lançada na internet, une cinema, teatro e artes plásticas, além de um humor para lá de provocativo, em um combo que desafia a compreensão do espectador, borrando a fronteira entre ficção e realidade.
"Em praticamente todas as sinopses de filmes americanos, há o uso de expressões como 'em busca do amor', 'contagiante', 'emocionante' ou ainda 'surpreendente'. Foi de olho nesse acúmulo de expressões batidas que eu decidi criar um filme", diz von Ha sobre o trabalho estrelado por Alessandra Negrini, escrito, produzido e dirigido por ele. "O nome do filme em português é A Busca do Amor porque é o que se vê em produções americanas. É totalmente diferente de TokyoShow que faz uma alusão à talk-show."
TokyoShow, a estreia do artista como diretor de filmes - ou de trailers de filmes, o mistério faz parte do projeto -, conta a história de sete estrangeiros que vivem no Japão, entre eles Barbra Scott (Alessandra Negrini), uma apresentadora de reality show, e Jude Ferguson (Nilton Bicudo), um magnata e produtor de TV. Desiludidos, insones e angustiados, em uma cidade hostil, os personagens têm suas vidas cruzadas por um -- suspeita-se -- evento trágico que mudará a trajetória de todos para sempre.
Em suma, um amontoado de temas românticos, de suspense, exaustivamente explorados pelo cinema, e que nas mãos de von Ha se tornam propositalmente um pastiche. Com música original de Bel Mota, TokyoShow se presta a zombar de frases e roteiros previsíveis, sem deixar de incutir no espectador a dúvida: o filme existe mesmo? Ou a plateia foi apenas ludibriada por uma série de clichês que de tão presentes em suas vidas se tornaram uma isca para uma obra questionadora?
TokyoShow first Scene
TokyoShow Poster
tokyoshow 2011 (cc) creative commons
“The film is built around several separate stories but somehow connected. After a short introduction and epilogue that is not necessarily present in chronological order, the film seeks to explore a much wider and more dangerous place than what surrounds us: the interior space. The director fills the screen with vivid imagery and even more vivid characters ”.
Daily Mirror’s Journal
"One of the ten best movies of the year. A spectacular film.”
Akio Okama, Tokyo Review
“TokyoShow is an engaging and surprising thriller”.
Takuya Kimutaku, The Tokyo Times magazine
American Release
Last week the American Release for TokyoShow took place at Downtown Theatre in Atlanta where people could watch it for free. Brazilian Release is coming soon.
statement
[TokyoShow] “A BUSCA DO AMOR”
“Baudrillard argumenta que há três níveis na simulação, onde o primeiro nível é uma óbvia cópia da realidade e o segundo nível uma cópia tão boa que suspende as fronteiras entre realidade e representação. O terceiro nível é a da produção da realidade sem se basear em qualquer elemento do mundo real. O melhor exemplo é provavelmente a ‘realidade virtual’ onde um mundo é gerado por meio de linguagens ou códigos.”[1]
Ilusão de aparência
Cenário, atuação, representação, simulação, ficção e boato. Estas palavras parecem ter um significado mais profundo nos dias de hoje onde “ser observado” tornou-se um tipo de cultura. Diariamente recebemos milhares de boatos de internet através de e-mails e isso faz parte do cotidiano de muitas pessoas.
O filme parece estar apoiado em algo real, mas na verdade, tudo remete a si mesmo. A novela “A caça do Samurai” não existe, foi implantada na sinopse simulando algum possível referencial através de outro personagem do projeto: Stuart Dogson Foster. A mistura de atores profissionais com pessoas de outras áreas atuando no mesmo filme reforça este aspecto de simulação conceituado por Jean Baudrillard; “cópias de cópias que se refletem mutuamente. A fotografia não consegue mais capturar o real a partir do momento em que a pessoa sabe que ali está a câmera, e posa para ela, simulando personas ou atitudes. Quem representa o quê?”.
O cinema, uma arte totalmente fragmentada, permite começar o trabalho a partir de qualquer ponto. O começo, meio e fim de uma história são definidos na edição, mesmo que o roteiro seja seguido pontualmente, por diversos motivos; desde o custo diário de uma produção até agendas de atores que nem sempre coincidem.
Isto posto, o cartaz do filme foi projetado antes dos personagens que foram montados antes do roteiro e da sinopse. O filme foi elaborado de trás pra frente. A trama de fato, não existe; ela se completa na mente do observador que inevitavelmente vai construir sua própria versão do filme com as pistas que este trabalho oferece através do trailer, sinopse, fotos e making of encontrados no site http://www.tokyoshow.org/ .
Para a construção de um “filme que não existe”, foi fundamental a utilização de clichês como artifício para a representação do “real”, desde o texto até lugares onde algumas cenas foram gravadas como Shanghai e Hong Kong, que acabaram sendo incorporados como áreas de Tóquio, mesmo sendo totalmente diferentes de qualquer lugar no Japão. Em praticamente todas as sinopses de filmes americanos foram encontradas expressões como “em busca pelo amor”, “contagiante”, “emocionante” ou ainda “surpreendente”. Estas palavras são recorrentes nestes textos. A sinopse foi escrita inicialmente em inglês para servir como suporte de uma versão em português posteriormente. Este trabalho traz uma questão conhecida como “Efeito Rashomon” – versões dos fatos seja ele real ou não. A tradução de “TokyoShow” em português, segundo este trabalho, ficou: “A Busca do Amor”.
Todos os personagens do filme são fumantes, uma atitude praticamente ficcional nos dias de hoje, dado que fumar é proibido em muitos locais. A única personagem não fumante é Meredith Bergmann que representa sua própria pessoa na trama. O filme (um curta se passando por um trailer de um longa-metragem) de cinco minutos contrapõe os trailers que nunca passam de três minutos.
“Evidentemente, a partir do momento onde o estúdio torna-se a central revolucionária e a tela o único lugar de aparição, todo mundo acorre ao estúdio para figurar a todo custo na tela, ou ainda, se reagrupa de preferência na rua sob a mira das câmeras, que, aliás, filmam-se umas as outras. A rua inteira torna-se um prolongamento do estúdio, isto é, um prolongamento do não-lugar do acontecimento, do lugar virtual do acontecimento. A rua torna-se também um espaço virtual.”[2]
O uso de perucas segue uma antiga tradição japonesa de teatro Kabuki e Nô para descrever a relação de mudança de identidade da protagonista; este costume é amplamente vivenciado nas ruas de Harajuku, em Tóquio, onde jovens se travestem nos banheiros públicos para se inserirem em determinados grupos, assumindo inclusive, uma nova identidade, assim como Barbra Scott (Alessandra Negrini).
Vale lembrar que no Japão este costume está diretamente ligado à representação máxima do high fashion. Seu uso intencional no filme, especificado na sinopse, levanta também uma questão sobre a cultura da celebridade instantânea tão presente atualmente. Uma pessoa pode se tornar uma celebridade por qualquer motivo, inclusive por vestir uma peruca azul.
Estes elementos nos dizem o tempo todo “este filme não existe da maneira que se apresenta”, mesmo assim acreditamos nele, pois traz atores profissionais atuando no projeto. O trabalho está registrado no Creative Commons com copyright aberto e pode ser veiculado livremente por qualquer pessoa. Este assunto é inevitável quando se fala em apropriação de imagens, músicas ou informações. "Esta obra foi concebida para ser apropriada e jamais poderá ser vendida: é uma obra pública".
Gustavo von Ha
[1] LANE, Richard. Jean Baudrillard. London: Routledge, 2.000, p. 30.
[2] Idem, Ibid., p.148-9.
domingo, 15 de maio de 2011
Projeto TokyoShow - curiosidades
O filme é um curta-metragem que se apresenta como um trailer de um longa-metragem. Esta obra foi desenvolvida inicialmente para ser apresentada exclusivamente na internet e posteriormente terá inserção em algumas salas de cinema específicas.
O trabalho traz questões sobre propriedade intelectual e boatos (hoax). O Filme está registrado no Creative Commons com copyright aberto: qualquer pessoa pode apresentar, compartilhar, usar esta obra desde que não seja para fins comerciais e que seja dado o crédito de autor.
"Este trabalho foi concebido para ser apropriado", define Von Ha.
Partindo de um conceito de "Improvisação", muito comum no cinema a partir dos anos 60, o filme foi criado em uma ordem não cronológica; primeiro foi desenvolvido o cartaz, depois a trilha, sinopse, personagens e por último o roteiro.
Duas cenas foram gravadas na China no início de 2011; a primeira cena foi gravada em Xangai e mostra uma vista com a torre e a cidade com uma luz azulada e a outra com a sirene foi gravada em Hong Kong. Estas informações trazem mais uma camada de significados e uma pista sobre informações falsas levantadas pelo autor o tempo todo em suas obras.
referência:
Muitas cenas famosas de filmes atuais foram construídas com a improvisação como por exemplo:
No filme Being John Malkovich - O homem jogar a lata e dizer “Pense rápido” não constava no roteiro.
Em Caddyshack – A frase “It’s in the Hole” foi improvisada por Bill Murray.
40 year old virgin – A cena inteira foi improvisada. Nos extras do filme foi inserido o improviso completo que se extende por 6 minutos.
Em Good will hunting – quase tudo foi improvisado. The dark knight - A parada da explosão constava no roteiro, mas as atuação de Heath Ledger foi toda improvisada.
Aliens – O tal “Game over man” não constava no roteiro.
Tootsie – Nesta cena, Bill Murray teve que fazer parecer que ele estava falando sem parar durante toda a festa. Sua fala foi totalmente improvisada.
The usual suspects – As reações para “Give me the fucking keys” foi improvisada pelos cinco atores.
The Warriors – “Warriors come out to play!” não constava no roteiro.
The Godfather – “Leave the gun” estava escrito, mas, “take the cannoli” não.
Dr. Strangelove - A frase “Mein Führer! I can walk!” e ação do personagem não estavam escritas.
Saving private Ryan – Matt Damon tirou toda a história de improviso. Pra ninguém menos que Tom Hanks.
Jaws – A fala “You’re gonna need a bigger boat” não estava no roteiro.
Star wars Episode V – A fala “I know” não estava no roteiro.
Reservoir dogs - Michael Madisen não foi instruído ao que fazer com a orelha. Todos os movimentos e diálogos foram improvisados.
Casablanca – A fala “Here’s looking at you, kid” não constava no roteiro.
Annie Hall – O tão famoso espirro, na verdade, não estava escrito. O corte foi imediato porque os atores não conseguiam parar de rir.
The shinning - “Here’s Johnny!” foi um improvido de Jack Nicholson, referenciando o comediante Johnny Carson no programa “The tonight show”.
Blade runner - A fala “Like tears in the rain” não constava no roteiro.
Midnight cowboy – O táxi que quase atropela os atores era de verdade. Tratava-se de um taxista real de Nova York que não percebeu que aquilo era uma filmagem. Dustin Hoffman improvisou muito bem batendo no carro, gritando e discutindo com o taxista sem interromper a cena.
A Clockwork Orange - Stanley Kubrick estava insatisfeito com o roteiro da cena. Assim que Malcolm McDowell começou a cantar “Singing in the rain” sem avisar, Kubrick começou a improvisar sobre a música imediatamente.
Taxi driver – Robert De Niro foi instruído apenas para falar para o espelho, mas a fala “You talkin’ to me?” foi no improviso.
Silence of the lambs - Um dos sons mais emblemáticos do filme foi improvisado por Sir. Anthony Hopkins.
Full Metal Jacket - R. Lee Ermey improvisou todo o diálogo da cena.
O trabalho traz questões sobre propriedade intelectual e boatos (hoax). O Filme está registrado no Creative Commons com copyright aberto: qualquer pessoa pode apresentar, compartilhar, usar esta obra desde que não seja para fins comerciais e que seja dado o crédito de autor.
"Este trabalho foi concebido para ser apropriado", define Von Ha.
Partindo de um conceito de "Improvisação", muito comum no cinema a partir dos anos 60, o filme foi criado em uma ordem não cronológica; primeiro foi desenvolvido o cartaz, depois a trilha, sinopse, personagens e por último o roteiro.
Duas cenas foram gravadas na China no início de 2011; a primeira cena foi gravada em Xangai e mostra uma vista com a torre e a cidade com uma luz azulada e a outra com a sirene foi gravada em Hong Kong. Estas informações trazem mais uma camada de significados e uma pista sobre informações falsas levantadas pelo autor o tempo todo em suas obras.
referência:
Muitas cenas famosas de filmes atuais foram construídas com a improvisação como por exemplo:
No filme Being John Malkovich - O homem jogar a lata e dizer “Pense rápido” não constava no roteiro.
Em Caddyshack – A frase “It’s in the Hole” foi improvisada por Bill Murray.
40 year old virgin – A cena inteira foi improvisada. Nos extras do filme foi inserido o improviso completo que se extende por 6 minutos.
Em Good will hunting – quase tudo foi improvisado. The dark knight - A parada da explosão constava no roteiro, mas as atuação de Heath Ledger foi toda improvisada.
Aliens – O tal “Game over man” não constava no roteiro.
Tootsie – Nesta cena, Bill Murray teve que fazer parecer que ele estava falando sem parar durante toda a festa. Sua fala foi totalmente improvisada.
The usual suspects – As reações para “Give me the fucking keys” foi improvisada pelos cinco atores.
The Warriors – “Warriors come out to play!” não constava no roteiro.
The Godfather – “Leave the gun” estava escrito, mas, “take the cannoli” não.
Dr. Strangelove - A frase “Mein Führer! I can walk!” e ação do personagem não estavam escritas.
Saving private Ryan – Matt Damon tirou toda a história de improviso. Pra ninguém menos que Tom Hanks.
Jaws – A fala “You’re gonna need a bigger boat” não estava no roteiro.
Star wars Episode V – A fala “I know” não estava no roteiro.
Reservoir dogs - Michael Madisen não foi instruído ao que fazer com a orelha. Todos os movimentos e diálogos foram improvisados.
Casablanca – A fala “Here’s looking at you, kid” não constava no roteiro.
Annie Hall – O tão famoso espirro, na verdade, não estava escrito. O corte foi imediato porque os atores não conseguiam parar de rir.
The shinning - “Here’s Johnny!” foi um improvido de Jack Nicholson, referenciando o comediante Johnny Carson no programa “The tonight show”.
Blade runner - A fala “Like tears in the rain” não constava no roteiro.
Midnight cowboy – O táxi que quase atropela os atores era de verdade. Tratava-se de um taxista real de Nova York que não percebeu que aquilo era uma filmagem. Dustin Hoffman improvisou muito bem batendo no carro, gritando e discutindo com o taxista sem interromper a cena.
A Clockwork Orange - Stanley Kubrick estava insatisfeito com o roteiro da cena. Assim que Malcolm McDowell começou a cantar “Singing in the rain” sem avisar, Kubrick começou a improvisar sobre a música imediatamente.
Taxi driver – Robert De Niro foi instruído apenas para falar para o espelho, mas a fala “You talkin’ to me?” foi no improviso.
Silence of the lambs - Um dos sons mais emblemáticos do filme foi improvisado por Sir. Anthony Hopkins.
Full Metal Jacket - R. Lee Ermey improvisou todo o diálogo da cena.
"On Rigor in Science" - Heist Films
"On Exactitude in Science" or "Del rigor en la ciencia" (the original title) as mentioned here before is a good tip to understand Ron Foster concept during his interview.
author statement
[TokyoShow] “A BUSCA DO AMOR”
“Baudrillard argumenta que há três níveis na simulação, onde o primeiro nível é uma óbvia cópia da realidade e o segundo nível uma cópia tão boa que suspende as fronteiras entre realidade e representação. O terceiro nível é a da produção da realidade sem se basear em qualquer elemento do mundo real. O melhor exemplo é provavelmente a ‘realidade virtual’ onde um mundo é gerado por meio de linguagens ou códigos.”[1]
Ilusão de aparência
Cenário, atuação, representação, simulação, ficção e boato. Estas palavras parecem ter um significado mais profundo nos dias de hoje onde “ser observado” tornou-se um tipo de cultura. Diariamente recebemos milhares de boatos de internet através de e-mails e isso faz parte do cotidiano de muitas pessoas.
O filme parece estar apoiado em algo real, mas na verdade, tudo remete a si mesmo. A novela “A caça do Samurai” não existe, foi implantada na sinopse simulando algum possível referencial através de outro personagem do projeto: Stuart Dogson Foster. A mistura de atores profissionais com pessoas de outras áreas atuando no mesmo filme reforça este aspecto de simulação conceituado por Jean Baudrillard; “cópias de cópias que se refletem mutuamente. A fotografia não consegue mais capturar o real a partir do momento em que a pessoa sabe que ali está a câmera, e posa para ela, simulando personas ou atitudes. Quem representa o quê?”.
O cinema, uma arte totalmente fragmentada, permite começar o trabalho a partir de qualquer ponto. O começo, meio e fim de uma história são definidos na edição, mesmo que o roteiro seja seguido pontualmente, por diversos motivos; desde o custo diário de uma produção até agendas de atores que nem sempre coincidem.
Isto posto, o cartaz do filme foi projetado antes dos personagens que foram montados antes do roteiro e da sinopse. O filme foi elaborado de trás pra frente. A trama de fato, não existe; ela se completa na mente do observador que inevitavelmente vai construir sua própria versão do filme com as pistas que este trabalho oferece através do trailer, sinopse, fotos e making of encontrados no site www.tokyoshow.org .
Para a construção de um “filme que não existe”, foi fundamental a utilização de clichês como artifício para a representação do “real”, desde o texto até lugares onde algumas cenas foram gravadas como Shanghai e Hong Kong, que acabaram sendo incorporados como áreas de Tóquio, mesmo sendo totalmente diferentes de qualquer lugar no Japão. Em praticamente todas as sinopses de filmes americanos foram encontradas expressões como “em busca pelo amor”, “contagiante”, “emocionante” ou ainda “surpreendente”. Estas palavras são recorrentes nestes textos. A sinopse foi escrita inicialmente em inglês para servir como suporte de uma versão em português posteriormente. Este trabalho traz uma questão conhecida como “Efeito Rashomon” – versões dos fatos seja ele real ou não. A tradução de “TokyoShow” em português, segundo este trabalho, ficou: “A Busca do Amor”.
Todos os personagens do filme são fumantes, uma atitude praticamente ficcional nos dias de hoje, dado que fumar é proibido em muitos locais. A única personagem não fumante é Meredith Bergmann que representa sua própria pessoa na trama. O filme (um curta se passando por um trailer de um longa-metragem) de cinco minutos contrapõe os trailers que nunca passam de três minutos.
“Evidentemente, a partir do momento onde o estúdio torna-se a central revolucionária e a tela o único lugar de aparição, todo mundo acorre ao estúdio para figurar a todo custo na tela, ou ainda, se reagrupa de preferência na rua sob a mira das câmeras, que, aliás, filmam-se umas as outras. A rua inteira torna-se um prolongamento do estúdio, isto é, um prolongamento do não-lugar do acontecimento, do lugar virtual do acontecimento. A rua torna-se também um espaço virtual.”[2]
O uso de perucas segue uma antiga tradição japonesa de teatro Kabuki e Nô para descrever a relação de mudança de identidade da protagonista; este costume é amplamente vivenciado nas ruas de Harajuku, em Tóquio, onde jovens se travestem nos banheiros públicos para se inserirem em determinados grupos, assumindo inclusive, uma nova identidade, assim como Barbra Scott (Alessandra Negrini).
Vale lembrar que no Japão este costume está diretamente ligado à representação máxima do high fashion. Seu uso intencional no filme, especificado na sinopse, levanta também uma questão sobre a cultura da celebridade instantânea tão presente atualmente. Uma pessoa pode se tornar uma celebridade por qualquer motivo, inclusive por vestir uma peruca azul.
Estes elementos nos dizem o tempo todo “este filme não existe da maneira que se apresenta”, mesmo assim acreditamos nele, pois traz atores profissionais atuando no projeto. O trabalho está registrado no Creative Commons com copyright aberto e pode ser veiculado livremente por qualquer pessoa. Este assunto é inevitável quando se fala em apropriação de imagens, músicas ou informações. "Esta obra foi concebida para ser apropriada e jamais poderá ser vendida: é uma obra pública".
Gustavo von Ha
[1] LANE, Richard. Jean Baudrillard. London: Routledge, 2.000, p. 30.
[2] Idem, Ibid., p.148-9.
author statement
[TokyoShow] “A BUSCA DO AMOR”
“Baudrillard argumenta que há três níveis na simulação, onde o primeiro nível é uma óbvia cópia da realidade e o segundo nível uma cópia tão boa que suspende as fronteiras entre realidade e representação. O terceiro nível é a da produção da realidade sem se basear em qualquer elemento do mundo real. O melhor exemplo é provavelmente a ‘realidade virtual’ onde um mundo é gerado por meio de linguagens ou códigos.”[1]
Ilusão de aparência
Cenário, atuação, representação, simulação, ficção e boato. Estas palavras parecem ter um significado mais profundo nos dias de hoje onde “ser observado” tornou-se um tipo de cultura. Diariamente recebemos milhares de boatos de internet através de e-mails e isso faz parte do cotidiano de muitas pessoas.
O filme parece estar apoiado em algo real, mas na verdade, tudo remete a si mesmo. A novela “A caça do Samurai” não existe, foi implantada na sinopse simulando algum possível referencial através de outro personagem do projeto: Stuart Dogson Foster. A mistura de atores profissionais com pessoas de outras áreas atuando no mesmo filme reforça este aspecto de simulação conceituado por Jean Baudrillard; “cópias de cópias que se refletem mutuamente. A fotografia não consegue mais capturar o real a partir do momento em que a pessoa sabe que ali está a câmera, e posa para ela, simulando personas ou atitudes. Quem representa o quê?”.
O cinema, uma arte totalmente fragmentada, permite começar o trabalho a partir de qualquer ponto. O começo, meio e fim de uma história são definidos na edição, mesmo que o roteiro seja seguido pontualmente, por diversos motivos; desde o custo diário de uma produção até agendas de atores que nem sempre coincidem.
Isto posto, o cartaz do filme foi projetado antes dos personagens que foram montados antes do roteiro e da sinopse. O filme foi elaborado de trás pra frente. A trama de fato, não existe; ela se completa na mente do observador que inevitavelmente vai construir sua própria versão do filme com as pistas que este trabalho oferece através do trailer, sinopse, fotos e making of encontrados no site www.tokyoshow.org .
Para a construção de um “filme que não existe”, foi fundamental a utilização de clichês como artifício para a representação do “real”, desde o texto até lugares onde algumas cenas foram gravadas como Shanghai e Hong Kong, que acabaram sendo incorporados como áreas de Tóquio, mesmo sendo totalmente diferentes de qualquer lugar no Japão. Em praticamente todas as sinopses de filmes americanos foram encontradas expressões como “em busca pelo amor”, “contagiante”, “emocionante” ou ainda “surpreendente”. Estas palavras são recorrentes nestes textos. A sinopse foi escrita inicialmente em inglês para servir como suporte de uma versão em português posteriormente. Este trabalho traz uma questão conhecida como “Efeito Rashomon” – versões dos fatos seja ele real ou não. A tradução de “TokyoShow” em português, segundo este trabalho, ficou: “A Busca do Amor”.
Todos os personagens do filme são fumantes, uma atitude praticamente ficcional nos dias de hoje, dado que fumar é proibido em muitos locais. A única personagem não fumante é Meredith Bergmann que representa sua própria pessoa na trama. O filme (um curta se passando por um trailer de um longa-metragem) de cinco minutos contrapõe os trailers que nunca passam de três minutos.
“Evidentemente, a partir do momento onde o estúdio torna-se a central revolucionária e a tela o único lugar de aparição, todo mundo acorre ao estúdio para figurar a todo custo na tela, ou ainda, se reagrupa de preferência na rua sob a mira das câmeras, que, aliás, filmam-se umas as outras. A rua inteira torna-se um prolongamento do estúdio, isto é, um prolongamento do não-lugar do acontecimento, do lugar virtual do acontecimento. A rua torna-se também um espaço virtual.”[2]
O uso de perucas segue uma antiga tradição japonesa de teatro Kabuki e Nô para descrever a relação de mudança de identidade da protagonista; este costume é amplamente vivenciado nas ruas de Harajuku, em Tóquio, onde jovens se travestem nos banheiros públicos para se inserirem em determinados grupos, assumindo inclusive, uma nova identidade, assim como Barbra Scott (Alessandra Negrini).
Vale lembrar que no Japão este costume está diretamente ligado à representação máxima do high fashion. Seu uso intencional no filme, especificado na sinopse, levanta também uma questão sobre a cultura da celebridade instantânea tão presente atualmente. Uma pessoa pode se tornar uma celebridade por qualquer motivo, inclusive por vestir uma peruca azul.
Estes elementos nos dizem o tempo todo “este filme não existe da maneira que se apresenta”, mesmo assim acreditamos nele, pois traz atores profissionais atuando no projeto. O trabalho está registrado no Creative Commons com copyright aberto e pode ser veiculado livremente por qualquer pessoa. Este assunto é inevitável quando se fala em apropriação de imagens, músicas ou informações. "Esta obra foi concebida para ser apropriada e jamais poderá ser vendida: é uma obra pública".
Gustavo von Ha
[1] LANE, Richard. Jean Baudrillard. London: Routledge, 2.000, p. 30.
[2] Idem, Ibid., p.148-9.
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
Shooting in Tokyo & Double Crossing Show
Tokyo in the Morning by S. Sawada (cc) creative commons
A exposição individual "Double Crossing" vai até fim de março. Ao mesmo tempo continuamos as filmagens para Tokyo-Show em alguns pontos da cidade. O frio é intenso.
Daqui seguiremos para a China, onde algumas cenas também serão gravadas. Esta mistura de locações no Oriente traz mais uma camada de ilusão ao observador. O trabalho, de certa forma, nos diz o tempo todo "este filme não existe". O filme que se passará em Tóquio terá duas cenas na China: uma em Shanghai e outra em Hong Kong.
O "making of" também está sendo gravado paralelamente, documentando toda a produção deste trabalho, que apesar de ser um "curta", esta levando anos para ser concluído.
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